Thursday, August 19, 2010

A Primeira Falsidade do Criacionismo

A Primeira Falsidade do Criacionismo

Evolução = Ateismo

A população dos EUA parece bem dividida quanto à espécie humana ser biologicamente relacionada a outros animais ou sermos "especialmente criados" como parte de um festival de milagres. Até mesmo nossos políticos - aparentemente todos eles - estão envolvidos nessa controvérsia. Ainda assim, é difícil encontrar ao menos um deles que saiba do que se trata. Por que tantas escolas do ensino médio e fundamental fazem tantas restrições ao ensino da evolução, mesmo diante do consenso entre cientistas por toda a América e o resto do mundo de que a evolução é espinha dorsal da biologia moderna, e também uma realidade histórica demonstrável?

A grande maioria das pessoas não entende a ciência; o que ela é, como funciona, o que são hipóteses e teorias, ou mesmo qual o seu propósito. Infelizmente, mesmo aqueles no corpo docente ou Ministério da Educação geralmente precisam aprender mais sobre o assunto antes que se deixe que eles decidam como ou o que ensinar às nossas crianças e por isso eu resolvi me manifestar e fazer o que puder para ajudar.

Para entender adequadamente a evolução, você não somente tem que entender como ser científico (o que é o principal problema para a maioria das pessoas), mas você também deve saber algo sobre biologia celular, genética e anatomia, geologia (particularmente paleontologia), assim como sistemas ambientais, movimentos tectônicos, química atômica, e especialmente taxonomia, sobre a qual a maioria das pessoas não sabe nada de nada. A maioria das pessoas que aceitam a evolução também tende a saber muito sobre cosmologia, geologia, história, sociologia, politica, e é claro, religião.

Mas, para acreditar em criacionismo, você não tem que saber nada sobre nada, e é até melhor que você não saiba! Porque criacionismo depende da ignorância. Não é pesquisa honesta! É uma fraude, uma armação que explora o povo comum, e o aprisiona em suas crenças e medos mais profundos. Criacionistas apologistas dependem de dados alterados, citam frases de pessoas respeitadas, só que deturpadas, desatualizadas e fora do contexto, e usam definições distorcidas, isso quando usam definições.

Existem dois tipos básicos de criacionistas; os profissionais ou criacionistas políticos; esses são os ativistas que lideram o movimento e que irão mentir deliberadamente e regularmente para promover sua propaganda; o segundo tipo são os seguidores inocentemente enganados conhecidos geralmente como "ovelhas". Eu conheço vários intelectuais cristãos, mas não consigo na verdade fazer com que eles assistam aos "tele-evangelistas", porque eles, ou já sabem o quanto são falsos, ou não querem saber. Mas isso apenas permite que uma minoria radical consiga o apoio de uma massa que eles agora também afirmam representar.  Então não há nada que os possa deter. Criacionistas profissionais estão ganhando dinheiro fácil com fraudes de cura pela fé ou induzindo velhinhas a contribuir em troca de orações, ou vendendo livros e vídeos em seus encontros que mais parecem um circo, onde eles são imerecidamente respeitados como lideres poderosos. Todos eles afirmam possuir uma sabedoria que não adquiriram, e alguns afirmam ser graduados em especialidades que nunca cursaram.


"Você é um Cientista, Correto ?"
"Correto; Eu tenho PhD em verdadeologia pela Tech Cristã"

Se não fosse por essa fraude, eles teriam que voltar a vender carros usados, remédios milagrosos ou esquemas de pirâmide. Eles obviamente nunca mudarão de ideia, não importa o quanto a gente se esforce. Então são obviamente as "ovelhas" que eu estou tentando alcançar com esse discurso - para que não sejam mais ovelhas, e parem de alimentar esse movimento manipulador. Porque uma coisa é acreditar em algo que pode ser verdade (como Deus em geral ou o cristianismo em particular), apesar de nenhum dos dois poder ser verificado ou testado de maneira objetiva. Mas já é outra coisa querer enganar os outros, levando-os a acreditar em coisas que são definitivamente falsas - como criacionismo, especialmente quando nós podemos também provar que os que fazem tal coisa sabem que seus argumentos selecionados são falsos, e sabem que estão mentindo para nossas crianças, e que eles esperam continuar mentindo a pretexto de "educá-las".

Criacionistas conseguem apoio por meio de contactos pessoais, preconceitos e propaganda paranóica, e usam como argumento de "venda" frases de impacto simplistas que atraem aqueles que não querem pensar muito ou que têm medo de questionar suas próprias crenças. O pior de tudo é que eles realmente proíbem o pensamento crítico e defendem o anti-intelectualismo, e se baseiam em uma dúzia de mentiras básicas. A principal delas é que aceitar a evolução é o mesmo que rejeitar a Deus e às religiões.

Por décadas, os defensores do criacionismo se esforçaram em difundir a ilusão de que não é possível aceitar a evolução e ainda acreditar em Deus. Eles sabem que é mentira, mas, ainda assim, querem que você acredite em que evolucionismo é ateísmo, e que, ou temos evolução sem Deus ou Deus criando sem evolução. Esta foi sua doutrina básica desde os primeiros tempos do criacionismo. Acontece que a discussão nunca foi sobre se algum deus existe ou não. A maioria das pessoas acredita em que há um deus e que ele controla todos os acontecimentos de nossas vidas, por mais aleatórios que pareçam. Isto também se aplica às pessoas que aceitam a evolução. A maioria delas acredita em Deus e acham que Deus controla a evolução e que a evolução, assim como o resto dos fenômenos naturais, é parte do projeto divino.

Das centenas de denominações cristãs diferentes e - com frequência violentamente - conflitantes, a maior delas por boa margem é o catolicismo, seguido dos ortodoxos. Ambas declararam apoiar a evolução e questionaram o criacionismo. O papa Bento 16 recentemente descreveu a evolução como "uma realidade enriquecedora" e descreveu os argumentos criacionistas em contrário como "absurdos". Os 2 papas antes dele aconselharam os cristãos em todo mundo a considerar a evolução como "mais do que uma hipótese" e a não recear que isto seja uma ameaça à sua fé em Cristo.

Os pioneiros da ciência evolucionária eram todos, inicialmente, cristãos (inclusive Darwin) e muitos dos principais proponentes do evolucionismo moderno ainda são cristãos hoje. Por exemplo, o Dr. Ken Miller, microbiologista (que testemunhou contra o Design Inteligente no julgamento de Kitzmiller x Dover) - é um católico. Outro destacado proponente da evolução, Dr. Robert T. Bakker (quem tem PhDs de Harvard e Yale), é não apenas um dos principais e mais respeitados paleontologistas da atualidade, mas também é um pastor pentecostal, embora ele interprete o Gênesis diferente dos literalistas. Em seu livro "Ossos, Bíblias e Criação", ele diz que tratar a Bíblia como se fosse um livro histórico é degradar seu significado. Um dos mais antigos geneticistas, Theodosius Dobzhansky, era um cristão ortodoxo que várias vezes afirmou acreditar em que a vida foi criada por Deus, mas que a biologia só faz sentido à luz da evolução. Todos estes homens concordam com a ideia de que mesmo que haja realmente um deus, e que mesmo que esse deus seja o deus cristão, e que mesmo que esse deus tenha criado o universo com tudo o que há nele - e eles acreditam nisto - a evolução ainda seria verdadeira em sua maior parte, no mínimo, e o criacionismo ainda seria totalmente errado.

De todos os países cristão desenvolvidos, só os Estados Unidos têm um número significante de criacionistas e, mesmo lá, eles são minoria! Todos os outros países de maioria cristã tendem a ver o criacionismo como um movimento de uma minoria radical (se não insana) que é basicamente um fenômeno americano, que não é levado a sério em nenhum outro lugar. Pesquisa após pesquisa continua a mostrar que, em todo o mundo, a maioria dos evolucionistas é cristão e que a maioria dos cristãos é evolucionista. Portanto, evolução não é sinônimo de ateísmo e criacionismo não é sinônimo de cristianismo.
A maioria dos criacionistas sequer é cristã! Há milhões de criacionistas islamitas e hindus a mais que os cristãos.

Independente de que religião eles professam, o criacionismo pode ser definido, de forma coletiva, como a parte dos religiosos que rejeita a ciência, não apenas suas conclusões, mas também seus métodos, e eu falo de todos eles, do uniformitarianismo e naturalismo metodológico ao processo de submeter as hipóteses à análise pelos colegas cientistas, além de se exigir que qualquer afirmação positiva seja baseada em evidências testáveis. Estas pessoas, pelo contrário, confiam cegamente na validade de suas fábulas prediletas. Em todos os casos, o criacionismo é uma crença supersticiosa, obstinada e dogmática que afirma que os membros de grupos taxonomicamente semelhantes não evoluíram naturalmente, mas foram criados magicamente, ou seja, que plantas e animais surgiram repentinamente do nada, completamente formados, no seu estado atual, sem parentesco com nenhuma outra espécie - apesar de todas as evidências em contrário.

Os criacionistas podem se basear nas religiões abrâmicas ocidentais (os mitos judaicos, cristãos e islâmicos), que contêm versões conflitantes das mesmas lendas. Os criacionistas também podem pertencer a uma das muitas religiões orientais, cujos mitos da criação são bem mais antigos, completamente diferentes, e dedicados a outros deuses e panteões. Entretanto, em cada caso, o alegado "criador" é sobrenatural, significando que ele não é parte da realidade que percebemos. Portanto, ele não é detectável por nenhum meio testável e sua existência tem que ser aceita por razões emocionais subjetivas ou como resultado de doutrinação cultural, em lugar de ser uma conclusão lógica ou se basear em evidências mensuráveis. Em outras palavras, não há como dizer se ele realmente existe. Pior de tudo, não há como distinguir entre os deuses e fantasmas de alguém dos seres imaginários inventados por povos primitivos. Isto não significa que deuses não existam, mas significa que a ciência não tem nada a dizer sobre eles. Mesmo que deuses existam, eles continuam a parecer inexistentes - e, aparentemente, querem continuar assim - já que todos os livros sagrados exigem que sejam aceitos apenas pela fé. Já que não há nada que alguém possa fazer para verificar e determinar a verdade sobre os deuses, então a ciência não tem como comentar sobre eles. A ciência só pode investigar coisas com base em evidências demonstráveis que possam ser testadas ou medidas.

Do ponto de vista dos criacionistas, o método ou mecanismo de criação usado por esses seres místicos não é mais que um feitiço no qual estátuas de barro recebem vida por meio de um encanto. Ou é um feitiço em que toda a complexidade das plantas e animais de hoje surge de repente quando palavras mágicas são pronunciadas. É isso aí, palavras mágicas que fazem com que animais adultos, completamente desenvolvidos, surjam do nada. Puf! Ou que um deus simplesmente deseje que eles existam e eles aparecem. Tão simples! Mágica pura, por definição. Lembre-se disto na próxima vez em que você ouvir alguma coisa dita por um "cientista" da criação.

Portanto, para os que acreditam em Deus, a questão na verdade é como Deus criou o universo: se foi através de um processo complicado e gradual ou se ele simplesmente piscou, fez gestos mágicos e disse "abracadabra".

Texto Original: AronRa

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